Tipo: Trilha Regional
Inicio: Distrito de Sagarana - Arinos/MG
Final: Parque Estadual Grande Sertão: Veredas - Chapada Gaúcha/MG
Modal: Caminhada
Bioma: Cerrado
Significado da pegada: Como o caminho é sócio-eco-LITERÁRIO, acreditamos que a marca deve também dialogar com "narrativas" populares como a acima apontada, bem ao gosto do escritor João Guimarães Rosa.
Sendo a chuva visitante, pode-se dizer, que a chuva é turista, manifestando uma visão positiva do turista ao apresentá -lo associado à chuva que, no sertão, é sempre bem vinda (O que também apresenta a disposição hospitaleira do Mineiro e do povo sertanejo em particular).
A pata da onça incrustada na pegada humana aponta para o nosso "corpo" animal.
Reconhecer e recuperar nossa pegada "animal" é nos reconectar com a natureza.
Do ponto de vista literário há ainda o conto fundamental do Rosa, "O meu tio o Iauaretê" , que trabalha a ancestralidade indígena e sua presença na mestiça cultura brasileira ( a onça é animal totêmico da quase totalidade das nações indigenas latino americanas e é personagem frequente no imaginário sertanejo) apesar da permanente luta de morte envolvida na relação do processo "civilizatório" brasileiro.
Autor da pegada: Almir Paraca
Associação gestora da trilha: Instituto Rosáceas
Outros Atrativos
Existe um aspecto fundamental e atrativo da Trilha que é o fato do território servir como pano de fundo da obra "O Grande Sertão: Veredas" de Guimarães Rosa
Distância Implementada: 186km
Duração: 7 dias
Descrição
O Mosaico é uma estratégia territorial que abrange um conjunto de áreas protegidas na margem esquerda do Rio São Francisco, entre as regiões norte e noroeste de Minas Gerais e parte do sudoeste da Bahia, e tem como objetivo conciliar a proteção da biodiversidade à valorização cultural e social das comunidades, em uma proposta de gestão integrada e participativa do território.
Slogan da trilha
Em cada pouso nas comunidades percorridas, a jornada se entrelaça aos saberes e fazeres do povo geraizeiro (designação referente aos moradores dos Gerais, região compreendida como sendo a parte norte/noroeste do estado de Minas Gerais) e veredeiros.
O participante do Caminho do Sertão, também chamado de “caminhante”, entra em contato com a sociobiodiversidade do cerrado, em que se fundem veredas de buritizais, rios, vilarejos, fazendas do agronegócio, unidades de conservação, comunidades tradicionais, assentamentos de colonização e de reforma agrária e propriedades de agricultura familiar.
É a oportunidade para despertar o olhar para o meio ambiente, para a crise hídrica e o processo de desertificação que ameaçam a região e refletir acerca das mudanças necessárias para manter cursos d’água e ativos ambientais.
Assim, uma jornada literária “de Sagarana ao Grande Sertão: Veredas” nos leva de sua primeira obra em prosa até a mais importante das obras de Rosa.
Propõe-se uma jornada que percorrerá parte do caminho realizado por Riobaldo e seu bando de jagunços rumo ao Liso do Suçuarão – suposto deserto do Grande Sertão: Veredas. A travessia passa pelo Rio Urucuia – o rio do amor –, pela Serra das Araras e pelo Vão dos Buracos, rumo ao Liso do Suçuarão.
Uma jornada em terras marcadas por movimentos, deslocamentos e giros, por presenças em travessias, a revelar que o deserto é não-deserto, terra de um povo geraizeiro, onde natureza e humanidade estão imbricadas, terra de cultura!
Dessa forma, a travessia do sertão proporciona o encontro com as estórias de Guimarães Rosa, com as estórias e histórias do povo sertanejo dos Gerais e, ainda, com as trajetórias e visões pessoais de cada um dos caminhantes.
Como Chegar
Curiosidades
Vários outros topônimos como Serra das Araras, Vão dos Buracos, Lagamar, Barra da Vaca, o Ribeirão de Areia, os rios Pardo e Urucuia e outros são citados no livro Grande Sertão: Veredas.
O controverso bandoleiro Antônio Dó, personagem real e também citado no Grande Sertão: Veredas, tem suas peripécias preservadas no imaginário popular da região.
Os tipos culturais roseanos ainda são passíveis de serem encontrados nos recantos ermos do sertão mineiro.
A vereda denominada "do feio", próxima ao povoado de Serra das Araras é uma das mais belas veredas de todo o trajeto.
O povoado de Serra das Araras registra uma das mais antigas romarias do mais popular dos santos cultuados no Brasil: O Santo Antônio, cuja imagem foi encontrada por sertanejos na icônica "Gruta do Coração" que dista 06 Km do povoado.
Curiosos são os nomes dos quilombos da rota d'o Caminho: Morro do Fogo, Barro Vermelho,
Buraquinhos e Buracos.
Morrinhos, ex sede do municipio de Arinos (MG) é a mais antiga povoação de toda a região noroeste de MG.
Além dos já citados topônimos a obra de Guimarães Rosa está presente em diversas instituições, organizações e projetos sociais.
Há registros historiográficos da década de 50 e 60 da tentativa frustrada de construir, nas imediações da rota d'o Caminho, a única cidade projetada pelo célebre arquiteto Oscar Niemeyer: a cidade "Marina".
Unidades de Conservação
- Parque Estadual Serra das Araras
- Parque Nacional Grande Sertão Veredas
Municípios
- Minas Gerais: Arinos e Chapada Gaúcha