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PAT Espinhaço Mineiro apresenta proposta de governança da Trilha Transespinhaço

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serra do espinhaço ACERVO MACAÚBA

Foto: Acervo Macaúba
 A Trilha Transespinhaço cruza mais de 50 áreas protegidas e 40 municípios ao longo da Serra do Espinhaço

Entre as ações do Plano de Ação Territorial (PAT) para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção para o território definido como Espinhaço Mineiro, foi apresentada ao público a proposta de governança da trilha de longo curso Transespinhaço (TESP). O resultado é fruto de um trabalho elaborado de forma participativa. O PAT Espinhaço Mineiro é coordenado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF).


A atividade está prevista na ação 3.9 do PAT Espinhaço: “Apoiar a implementação da Trilha de Longo Curso (TLC) Transespinhaço (TESP), por meio do fortalecimento de sua governança e sensibilização das comunidades quanto a sua importância como ferramenta de conservação da natureza e geração de renda”. A elaboração da proposta de governança era um dos produtos previstos e foi viabilizada por meio de contratação realizada pelo Plano, no âmbito do Projeto GEF Pró-Espécies.


“Foi muito gratificante acompanhar de perto os trabalhos, toda construção participativa, e ver essa conclusão da proposta de governança tão refinada, deixando claro o potencial da TESP como um importante instrumento de conectividade e engajamento para a proteção da biodiversidade. Esse é um resultado considerável para os objetivos do PAT Espinhaço Mineiro”, disse a coordenadora do PAT Espinhaço Mineiro e analista ambiental do IEF, Gabriela Brito.


A proposta foi elaborada pela empresa Macaúba Desenvolvimento Local, com apoio dos membros do comitê da TESP, durante nove meses, buscando envolver o maior número de pessoas afins à Trilha, ao turismo e também ao meio ambiente no território mineiro da Cordilheira do Espinhaço. De montanhistas, à lideranças locais, voluntários já envolvidos com a TESP, entidades de turismo, universidades, poder público, unidades de conservação, entre outras. Aproximadamente 120 pessoas participaram das reuniões de diagnóstico participativo e por volta de 110 pessoas responderam à pesquisa "Impressões e perfil dos atores no território, em mais de 25 reuniões realizadas.


Para o membro do Comitê Gestor de Transição da TESP e articulador da ação 3.9 do PAT Espinhaço Mineiro, André Jean Deberdt, o evento cumpriu plenamente os objetivos ao apresentar uma proposta muito bem estruturada para a governança da trilha, em cumprimento à Ação 3.9 do PAT Espinhaço Mineiro. Além disso, também foi importante no sentido de formalizar junto ao público interessado, a composição do Comitê Gestor de Transição, encarregado de coordenar e implementar as ações previstas para os próximos anos, dentro da estrutura organizacional criada para a TESP”.

 

A apresentação se iniciou com uma contextualização sobre o PAT Espinhaço Mineiro e da trilha Transespinhaço, seguindo por linha do tempo das atividades da TESP, processo de estruturação da governança, modelo de gestão, diagnóstico dos Setores e Trechos da TESP e finalizando com os próximos passos para a implementação.


Assistiram ao vivo representantes de prefeituras municipais e unidades de conservação, gestores dos Circuitos Turísticos, montanhistas e representantes de outras TLCs, além da iniciativa privada dos municípios do território da TESP. Destacam-se as Entidades - Ministério do Meio Ambiente e Rede Brasileira de Trilhas, Reserva da Biosfera, Instituto Biotrópicos, UFMG, Belotur, Fundação de Parques de Belo Horizonte, entre outras.


O ponto de destaque foi a apresentação do modelo de organograma circular do Comitê Gestor de Transição da Transespinhaço, bem como seus membros e funções desempenhadas em cada um dos 4 setores e 24 trechos da trilha. Em 2024 o Comitê empenhará esforços na finalização do traçado da trilha e no envolvimento das prefeituras e comunidades tradicionais (por meio dos seminários e termos de cooperação). Ao final de 2024 será avaliada a maturidade do grupo para formalização da entidade jurídica da TESP envolvendo ampla convocação dos setores de cada território que compões a trilha.


O diretor de Áreas Protegidas do MMA e voluntário da Rede Brasileira de Trilhas, Pedro da Cunha Menezes assistiu à apresentação e elogiou o trabalho, destacando a estrutura do comitê, o engajamento das pessoas com as trilhas de forma voluntária, do poder público e do movimento montanhista organizado. Além disso, ressaltou que, em vinda recente ao Santuário do Caraça, ficou convencido que a transespinhaço tem potencial para ser uma das trilhas mais bonitas do mundo.


De acordo com o Gestor de UC MONA Serra da Piedade e coordenador do setor 1 da TESP, André Portugal, ser um dos coordenadores da Trilha Transespinhaço é uma grande honra e responsabilidade. “Sabemos da grandeza e complexidade que é implantar uma trilha de longo curso e como precisamos engajar tantos atores ao longo dela toda. Temos que ter sempre em mente, que esse projeto é de todos e que só acontece se feito a várias mãos. Como gestor de uma das UCs administradas pelo IEF por onde a trilha passa, fico muito motivado pois as trilhas são nossos principais equipamentos de prover o contato com a natureza, o ecoturismo, a educação ambiental e a conscientização. As TLCs vão para além dos limites das Unidades de Conservação e faz com que consigamos unir áreas relevantes para a conservação, o turismo e o lazer”.

 

Clique aqui para assitir a reunião na íntegra!

 

O PAT


O IEF foi convidado a participar do Projeto Pró-Espécies: Todos contra a Extinção (vide a seguir), aceitando o desafio de coordenar a elaboração e execução do Plano de Ação Territorial – PAT para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção para o território definido como Espinhaço Mineiro.


Os Planos de Ação Territoriais (PAT), assim como os Planos de Ação Nacionais (PANs), são instrumentos nacionais para a conservação das espécies ameaçadas de extinção em cumprimento a metas nacionais e internacionais de biodiversidade. No âmbito do Projeto Pró-Espécies estes planos consideram as espécies encontradas na categoria de risco Criticamente em Perigo – CR e atualmente não contempladas por nenhum instrumento de conservação oficial – definidas como CR Lacunas. Diferente dos PANs, o PAT objetiva trazer um enfoque territorial e sistêmico, englobando a diversidade, as necessidades e oportunidades de cada território, com envolvimento e mobilização de uma rede de atores locais dos diversos setores. Além disso, possibilita também impactos positivos sobre outras espécies no local, mesmo àquelas ainda desconhecidas pela ciência, definidas como “espécies beneficiadas”.


O território do PAT Espinhaço Mineiro abrange uma área com 105.251 km2, perpassando os biomas Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica (clique aqui e veja o mapa). São alvo desse PAT 24 espécies CR lacunas, sendo 19 espécies da flora, 3 espécies de peixes e 2 espécies de invertebrados, entretanto, os efeitos positivos das ações do plano também serão refletidos em pelo menos 1787 outras espécies ameaçadas presentes no território (espécies beneficiadas) (Clique aqui e veja as listas das espécies).

 

Wilma Gomes

Ascom/Sisema


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