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Seminário Internacional
Caminhos do Peabiru &
Senderos Tape Aviru
Logo Primeiro Congresso Brasileiro de Trilhas

O Seminário internacional / El Seminario Internacional

(Português)

Você já ouviu falar no Peabiru, como é chamado no Brasil, ou Tapé Aviru, como é conhecido no Paraguai?

Os peabiru (na língua tupi, "pe" – caminho; "abiru" - gramado amassado) são antigos caminhos utilizados pelos guaranis desde muito antes do descobrimento da América do Sul pelos europeus, ligando o litoral ao interior do continente. A designação Caminho do Peabiru foi empregada pela primeira vez pelo jesuíta Pedro Lozano em sua obra "História da Conquista do Paraguai, Rio da Prata e Tucumán", no início do século XVIII. Outras fontes, no entanto, dizem que o termo já era utilizado em São Vicente logo após o descobrimento do Brasil pelos portugueses, em 1500.

O principal destes caminhos, denominado Caminho do Peabiru, constituía-se em uma via que ligava os Andes ao Atlântico, mais precisamente, Cusco, no atual Peru (embora talvez se estendesse até o oceano Pacífico), ao litoral brasileiro na altura da baía de Paranaguá (atual estado do Paraná), estendendo-se por cerca de 3.000 quilômetros, atravessando os territórios dos atuais Paraguai e Brasil, além de Peru e Bolívia. Segundo relatos históricos, o caminho conectava as regiões das atuais cidades de Assunção, Ciudad del Este/Foz do Iguaçu, Alto Piquiri, Ivaí, e Tibagi, à região da baía de Paranaguá.

Restam ainda, em pontos isolados de mata e em algumas localidades, reminiscências desse caminho, que se caracterizava por apresentar cerca de 1,4 metro de largura e leito com rebaixamento médio em relação ao nível do solo de cerca de 40 cm, recoberto por uma gramínea denominada puxa-tripa. Nos seus trechos mais difíceis, o caminho chegava a ser pavimentado com pedras. Em alguns trechos, era sinalizado com inscrições rupestres, totens e símbolos astronômicos de origem indígena.

Na década de 1970, uma equipe coordenada pelo professor Igor Chmyz, da Universidade Federal do Paraná, identificou cerca de 30 km remanescentes da trilha no estado do Paraná. Ao longo desse trecho, foram, ainda, identificados sítios arqueológicos com vestígios das habitações utilizadas provavelmente quando os indígenas estavam em trânsito.

Atualmente, a exemplo do que existe no Caminho de Santiago, tanto o Governo do Paraná, quanto o Paraguai têm projetos de revitalizar o Peabiru, como caminho turístico, com foco na história comum e na natureza, conectando paisagens.

Para debater o tema e juntas as propostas do Governo do Paraná e do Paraguai, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil e o Governo do Paraná vão promover, em Ciudad del Este e Foz do Iguaçu, nos próximos dias 28, 29 e 30 de novembro o Seminário Internacional Caminhos do Peabiru/Senderos Tapé Aviru, uma Ruta Común Paraguayo-Brasileira.

(Castellano)

¿Alguna vez has oído hablar del Peabiru, como se lo llama en Brasil, o el Tapé Aviru, como se le conoce en Paraguay?

Los Peabiru o Tapé Avirú (en lengua indígena: "tape": camino; "aviru": pasto mullido) son antiguos caminos utilizados por los pueblos originarios, desde mucho antes de la llegada de los europeos a América del Sur, conectando la costa del océano Atlántico con el interior del continente. La designación “Peabiru” fue utilizada, por primera vez, por el jesuita Pedro Lozano en su obra "Historia de la Conquista del Paraguay, Río de la Plata y Tucumán", a principios del siglo XVIII. Otras fuentes, sin embargo, dicen que el término ya se usaba en São Vicente poco después del descubrimiento de Brasil por los portugueses, en 1500.

Se destaca que habría existido una vía principal que unía las estribaciones de la Cordillera de los Andes con el Océano Atlántico, en la costa brasileña, a la altura de los actuales estados de Paraná, Sao Paulo y Santa Catarina, extendiéndose por unos 3.000 km, atravesando territorios de los actuales países: Brasil, Paraguay, Bolivia y Perú. Según relatos históricos, el camino conectaba las regiones de las actuales ciudades: Asunción, Ciudad del Este, Foz do Iguaçu, hasta la costa del océano Atlántico.

Aún quedan, en parajes aislados de bosques y en algunas localidades, reminiscencias de este camino, que se caracterizaba por presentar unos 1,4 m de ancho, un desnivel con relación al nivel del suelo de unos 40 cm, y estaba cubierto por una hierba. En sus partes más difíciles, el camino estaba incluso empedrado. En algunos lugares fue marcado con inscripciones rupestres, tótems y símbolos astronómicos de origen indígena.

En la década de 1970, un equipo coordinado por el profesor Igor Chmyz, de la Universidad Federal de Paraná, identificó cerca de 30 km de restos de senderos en el estado de Paraná. A lo largo de este tramo también se identificaron sitios arqueológicos con vestigios de viviendas que probablemente fueron utilizadas en el tránsito de los pueblos originarios.

Actualmente, al igual que ocurre en Europa con el Camino de Santiago, tanto el Gobierno de Paraná como iniciativas en Paraguay tienen proyectos para revitalizar el Tapé Avirú / Peabiru, como ruta turística, centrándose en la historia común y la naturaleza, conectando áreas silvestres protegidas, comunidades y paisajes.

Para debatir el tema y conocer las propuestas del Gobierno de Paraná y las iniciativas de Paraguay, el Ministerio de Relaciones Exteriores de Brasil, el Gobierno de Paraná, ITAIPU Binacional y la Secretaría de Turismo de Paraguay, promoverán, en Hernandarias, Paraguay, y Foz do Iguaçu Brasil, los días 28 y 29 de noviembre: el Seminario Internacional Caminhos do Peabiru / Senderos Tapé Aviru, una Ruta Común Paraguayo-Brasileña.

Participantes

O evento é indicado para gestores públicos e privados com atuação nas áreas de turismo, meio ambiente, lazer, recreação e cultura; gestores de unidades de conservação; voluntários da Rede Brasileira de Trilhas; operadores turísticos; responsáveis por Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs); empresários dos setores de equipamento, vestuário e esportivos; consumidores finais das trilhas, entre outros.

O Seminário é destinado, também, a organizações e movimentos sociais que atuam na preservação e conservação ambiental, bem como em iniciativas de turismo de base comunitária, além de profissionais ligados às instituições de ensino e pesquisa.

Programação

O seminário, com duração de três dias, visa a estreitar as relações entre os projetos brasileiro e paraguaio, buscando trocar experiências e aprendizados na montagem e operação de caminhadas de longa distância com fulcro histórico, cultural e natural, ajudando a criar uma estratégia coordenada de implantação, gestão e divulgação do Peabiru como patrimônio histórico e cultural comum aos dois países e, por meio dele, melhorar a integração fronteiriça na área de Ciudad del Este/Foz do Iguaçu.

Participarão do seminário especialistas do Brasil, Paraguai, Argentina, Bolívia e Estados Unidos. Entre os palestrantes teremos Nat Scrimshaw, presidente da Rede Mundial de Senderos (Núcleo para as Américas) e Omar Sakr, presidente da Lebanon Mountai Trail, referência mundial no assunto.

Também vão proferir palestras profissionais que estão implementado a política pública Rede Brasileira de Trilhas, no Ministério do Meio Ambiente, Ministério do Turismo, ICMBio, Governo do Paraná, Governo de Santa Catarina, Associação rede Brasileira de Trilhas, Caminho dos Goyazes, Caminho de Cora Coralina, E-Trilhas, pesquisadores e voluntários. Do lado paraguaio, destacamos a presença de Anthony van Humbeek, fundador da Rede Paraguaia de Senderos e de pesquisadores da Univesidade Nacionald e Assunção e do Centro de Resgate Histórico de Encarnación.

No dia 28 de novembro, o seminário será no auditório da Cámara de Comercio y Servicios de Ciudad del Este (F9JM+4JM Florentin Oviedo, Cd. del Este) e no dia 29 de novembro será no auditório do Parque Nacional do Iguaçu. Dia 30 será uma oficina de planejamento e implementação de trilhas, somente para profissionais do setor e voluntários da Rede Brasileira de Trilhas.

O evento é gratuito.

Programação Geral:

28/11/22 - Centro de Visitantes da Itaipu Binacional, Paraguai;
29/11/22 - Auditório do Parque Nacional do Iguaçu, Brasil;
30/11/22 - Oficina de sinalização - Itaipu Binacional, Brasil.

A Rede Brasileira de Trilhas

A Rede Brasileira de Trilhas é uma associação voluntária, sem fins lucrativos, que, em cooperação com entes governamentais das esferas federal, estaduais e municipais, implementa trilhas no Brasil em apoio à política pública REDE NACIONAL DE TRILHAS, estabelecida por Portaria Interministerial pelos Ministérios do Meio Ambiente e do Turismo em parceria com o ICMBio. 

Hoje as trilhas da Rede somam mais de seis mil quilômetros em 26 estados e no Distrito Federal. A REDE tem por objetivo de longo prazo ligar todas as unidades de conservação e outras áreas protegidas e relevantes para a conservação no Brasil por meio de trilhas que estejam dentro de corredores vegetados, que também sirvam como conectores de paisagem.

A REDE tem por princípio três pilares básicos: (1) Conservação, (2) recreação e saúde e (3) geração de emprego e renda no meio rural. Nossa meta é implementar trilhas sustentáveis, que gerem renda, proporcionem muita satisfação e acesso a um estilo de vida saudável e sirvam de ferramenta para a conservação da natureza e, assim, almejamos ser uma referência mundial no “conhecer para conservar”.

No processo, as pegadas amarelas e pretas, que são a sinalização padronizada regulamentada pelo Ministério do Meio Ambiente, estão consolidando uma identidade visual “Trilhas do Brasil” que já começa a ser reconhecida internacionalmente como uma marca que representa o país.

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